O mar calmo visto no mês anterior parecia um prenúncio de tormenta logo à frente. É sabido por todos que ano de eleições para presidente a volatilidade é algo bastante presente, porém eu imaginava que a veríamos somente após a copa do mundo. Para minha surpresa ela resolveu aparecer um pouco antes. O começo do mês de MAI/18 foi bastante positivo, contudo a segunda quinzena mostrou um cenário bem diferente, principalmente com a greve do caminhoneiros. A instabilidade política e a baixa representatividade do governo atual, levaram o dólar a fechar o mês em R$ 3,74. Apesar deste ter sido um movimento global afetando várias moedas, me parece que o Brasil sofreu um forte golpe.
Momentos de instabilidade geram um cenário de maior risco, da mesma forma que criam oportunidades. A bolsa brasileira sentiu duramente o momento atual e sofreu uma grande queda fechando na casa dos 76.000 pontos, com destaque para a saída de capital estrangeiro. Assim como ocorreu há um ano no Joesley Day, este parece ser um ótimo momento para novas compras, desde que acreditemos que o país seguirá na rota da reestruturação e crescimento, da mesma forma que elegeremos um presidente reformista. Desde o fundo da bolsa em 36.000 pontos, já tivemos diversas momentos com quedas acima de 10% e todas se mostraram oportunidades para novos posicionamentos. Como acredito no Brasil, mesmo vendo minha carteira cair a cada dia, mantive a visão de longo prazo e ignorei os fatos recentes. Sigo comprando ativos que já fazem parte da minha carteira e que acho que caíram exageradamente.
FIIs: neste mês eu gostaria de ter adquirido mais um pouco de KNCR11, que me parece um ativo defensivo com baixa volatilidade e rendimentos recorrentes. Em razão da grande volatilidade, vi minha carteira cair aproximadamente 7%, se comparado com o mês anterior. Acho que temos uma oportunidade, contudo me parece que existem opções no mesmo nível e com quedas ainda maiores. Por estas razões, não fiz novas aquisições por aqui.
Ações: comprei diversas ações, entre elas VULC3, BRKM5, ITSA4, SMAL11, PTBL3, BBAS3, UNIP6, BRPR3 e PETR4. Como acredito na tese de investimento de cada ação que tenho, busco fazer novas compras sempre que um ativo cai mais de 10%. Naturalmente esta não é uma regra, mas é um balizador para rebalancear a carteira com dinheiro novo. Neste sentido, todas as ações acima tiveram significativas quedas, sendo que houve itens com diferenças de até 30%, desde a última compra. Como é impossível acertar o fundo em uma queda, as compras estão me dando um pequeno prejuízo, que acredito que se reverterão em um grande lucro, principalmente após as eleições. Até lá estou contando que estas posições podem ter dificuldades.
Fundos de Ações: caíram na faixa de 10%, mas ainda assim performaram melhor que o IBOVESPA. Na minha visão, um bom momento para aumentar a aplicação no Fundo Alaska e reduzir em outros. De modo geral, logo no inicio do mês de JUN/18 devo fazer isso e transferir parte para o TD Selic. Gosto deste tipo de aplicação, mas acho que os fundos podem perder estes momentos de oportunidades com o seus mecanismos de STOP, por isso vou deixar parte deste dinheiro aguardando boas oportunidades antes das eleições.
Fundos Multimercado: aqui uma grata surpresa. Sempre imaginei que estes fundos estivessem bastante expostos à ações e que as quedas fossem acertar eles em cheio. Notem que a queda foi inferior a 1%, o que torna estes fundos uma opção mais atraente, na minha opinião, do que os fundos de ações. Acredito que a subida do dólar tenha dado uma grande contribuição para balancear as quedas da bolsa brasileira.
Tesouro Direto: me parece que a minha percepção no último mês estava certa, as taxas realmente subiram de TD IPCA 2035 + 5,30% para + 5,79%. Nestes níveis estão bastante convidativos e sinceramente acho que vale muito a pena compra. Mesmo que haja oscilações até as eleições, penso que no próximo ano veremos a taxa abaixo de 5%, portanto devo comprar um pouco em JUN/18. De todo modo, as taxas ainda poderão subir mais até o dia das eleições.
CDBs e Debêntures: começam a surgir oportunidades de títulos prefixados na faixa de 13,50% ao ano e me parecem atrativos. Imaginando que a taxa de juros fique próxima ao centro da meta nos próximos anos (4,50%), isto nos daria um rendimento real de 9,00% ao ano. Avalio que isto seja reflexo do fim da redução da Selic pelo governo, o que permite que os bancos se organizem para oferecer taxas melhores do que os títulos do governo, que possuem o risco soberano e portanto são mais seguros.
Criptomoedas: este foi um mês de queda, todavia não tenho dado muita atenção à esta classe de ativos. Mantenho minha lógica de ter algo entre 1% e 2%, sendo que sempre que superar este patamar irei vender algo. Como isto não ocorreu ainda, sigo acompanhando de longe. Tenho apenas Bitcoin (75%) e Ethereum (25%).
Interactive Brokers: as aplicações em moeda forte (USD) seguem como um ótimo amortecedor à crise brasileira, uma vez que o câmbio subiu bastante em um curto espaço de tempo. Como tenho aproximadamente 10% da carteira em dólares, estou sentido muito menos o impacto das quedas recentes. Isto só reforça a necessidade de se aplicar parte do capital fora do Brasil. Me considero um iniciante neste sentido, porém sigo tentando aprender mais sobre o assunto. Uma mudança que fiz nas minhas aplicações foi a venda de ETFs de Bonds, que devem seguir caindo com a subida do tesouro americano. É importante citar que o juros americanos estavam queda desde 1984 até recentemente. Isto prova que histórico passado não é garantia de lucros futuros, portanto mais importante do que olhar o que passou é entender as razões que fazem o ativo subir ou cair. Neste contexto ficarei com 45% em ETFs de ações, 45% em ETFs de Ouro e 10% em caixa para novas compras em caso de surgir alguma oportunidade. Interessante frisar que o Ouro e as ações devem se movimentar em sentidos contrários em caso de um crash na bolsa americana, o que seria um bom colchão para amortecer a queda. Apenas como curiosidade, fiz a compra de USD 500 em CAD de ETFs no Canada a partir a corretora IB, sendo que a operação foi mais simples do eu imaginava.
Assim como o no mês anterior, vejo três grande pontos que devemos levar em consideração como risco. O primeiro deles são as eleições no Brasil que já começaram a influenciar fortemente os ativos. Outro ponto que citei no mês anterior foi a Trade Wars, que vou rever como efeito Trump, uma vez que sempre podemos ter surpresas vindas dele. Por fim, acho que uma crise externa é algo que virá cedo ou tarde, sendo que pode levar 2 anos, como pode acontecer amanhã. Um ponto que me assusta é o aumento da divida americana. O importante é estar preparado com dinheiro aplicado em opções de baixo risco, como o TD Selic, para os períodos de vacas magras. Acredito que o câmbio seguirá subindo, assim como os juros nos USA. Se isto ocorrer, as aplicações lá serão acertadas e balancearão a carteira. Uma vez que o juros por lá subam, isto pode fazer a bolsa americana cair em um primeiro momento, mas deve dar sustentação para que ela continue subindo renovando suas máximas.
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