30 de maio de 2020

Relatório de MAI-20 - O que vem agora?


Mais um mês se passou em meio a pandemia do Coronavírus. A incerteza me parece a melhor definição do momento, porém podemos perceber algumas coisas. O lucro das empresas parece ter caído de forma bastante forte, o que justifica boa parte da queda das ações. Por outro lado, diversas ações demonstram que a atividade econômica vem sendo retornada de forma gradual ao redor do globo, o que anima de alguma forma os mercados. Apesar disso, aqui no Brasil ainda não chegamos ao pico da pandemia, além de estarmos evoluindo de forma bastante rápida no número de casos.

Mesmo com as altas recentes do mercado, tenho uma sensação negativa em relação ao momento atual, pois me parece que ainda teremos muitas notícias ruins de dificuldades de empresas, logo a frente. Me parece que o mercado não está precificando isso e segue apenas antecipando o que possa estar acontecendo no lado positivo.

Para me afastar um pouco das preocupações e notícias diárias, estou posicionando minha carteira em 40% de renda variável e 60% de renda fixa. Ainda me parece muito em renda variável para um momento tão delicado, porém as taxas de juros atuais, me obrigam a correr mais riscos.

Abaixo um resumo dos meus investimentos:

FIIs: acredito que podem surgir como uma ótima opção neste momento com a taxa SELIC em suas mínimas. A grande dúvida fica por conta da demanda por shoppings e escritórios. Será que eles serão realmente tão necessários no retorno? Neste sentido, prefiro os galpões, que me parecem as estrelas do setor.

Ações: sigo acreditando que as ações serão cada vez mais o caminho em uma realidade de juros negativos, porém, me parece que ações de empresas boas pagadoras de dividendos, como as elétricas e empresas de saneamento, devem ter uma especial atenção. Em geral, todas as ações estão baratas se comparadas a um cenário de 120.000 do Ibovespa, porém estão caras se comparadas ao fundo de 63.000. O que fazer? No meu caso, absolutamente nada. Simplesmente manter o que já tenho e esperar.

Fundos de Ações: seguirei com minha aplicação no Alaska, porém com o objetivo de no futuro migrar este investimento diretamente para ações.

Previdência Privada: sigo com 70% do valor aplicado em ações e 30% em renda fixa. Como é um investimento de longo prazo, entendo que a posição faz todo o sentido.

TD IPCA e Prefixado: reduzi bastante minha exposição por aqui, apesar de pensar que neste momento faz sentido carregar um pouco mais no IPCA. Com a Selic em abaixo de 3% e o IPCA rendendo mais de 4%, me parece que há um grande desbalanço por aqui. Com relação ao prefixado, prefiro ficar de fora, pois o risco é sempre muito maior em relação a inflação.

TD Selic: sigo com um grande valor por aqui, afinal o sentido desta aplicação é manter um seguro em caso de dificuldades. 

Debêntures/CDBs: as debentures me parecem mais arriscadas neste momento e os CDBs rendem cada vez menos. Com os riscos implícitos, não acredito que sejam boas opções. Mantenho apenas o que tenho, esperando o vencimento.

Interactive Brokers: mais uma vez, funcionou perfeitamente neste momento de incerteza e segue subindo de forma consistente. Destaque para o EWZ que caiu para menos da metade do pico anterior. Acredito que pode dar muitas alegrias no próximo ano.

Ouro: resolvi comprar um pequeno valor da carteira neste ativo que está relacionado a dólar e o ouro em si. Demorei para tomar a decisão e não o fiz no melhor momento, mas ainda acho que vale a pena manter algo até 5% neste momento.

Em resumo a carteira evoluiu quase R$ 40k no mês o que me deixa satisfeito para o momento atual. Acredito que revisando as projeções anteriores, possamos chegar a R$ 1,15MM ao fim do ano, o que já seria uma grande vitória.