26 de setembro de 2018

Relatório de SET/18 - Eleições 2018 - Parte 2


Passados alguns dias de campanha política, aos poucos os possíveis cenários vão se desenhando e cada vez fica mais claro que acontecerá logo à frente. Não podemos descartar mudanças ou reviravoltas, pois já vimos isto acontecer diversas vezes em pleitos passados, mas ao que tudo indica, teremos Bolsonaro e Haddad no segundo turno.

Tenho pensado bastante sobre como agir neste momento e cada vez mais me convenço que independente de quem ganhe, teremos bons anos à frente. Partindo do pressupostos de que temos um queda acumulada do PIB, capacidade fabril ociosa, grande estoque de mão-de-obra, aumento anual da população de 1%, certamente temos um campo fértil para colher bons frutos do crescimento do PIB. 

Por outro lado, temos um dívida beirando 80% do PIB, sendo que somente este ano devemos fechar com um deficit de R$ 150 bilhões nas contas públicas. Neste ritmo, certamente quebraremos em poucos anos, porém algumas reformas podem resolver o assunto, como a da previdência, fazendo a pais gerar superavit e voltar a crescer.

O grande ponto da estagnação do Brasil, em um momento onde o mundo todo cresce diz respeito a uma crise política e de confiança. Um novo governo legitimo pode trazer novas esperanças que resolvam estas indefinições.

Neste contexto, acredito que independente de quem ganhe as eleições, teremos um grande oportunidade na bolsa, pois ou vamos pra frente ou à bancarrota. Posto isso, o Brasil não tem vocação para quebrar, flertamos várias vezes com o abismo, mas em seguida nos afastamos e colocamos as coisas de volta à "nossa" normalidade.

Devemos ter uma ainda grandes sustos até o fim do segundo turno, e estas serão oportunidades de compra em qualquer classe de ativos. A bolsa deve ser a grande estrela dos próximos anos refletindo grandes ganhos a medida que os lucros da empresa sobem, movimento que já se iniciou há algum tempo.

Segue abaixo resumo dos ativos em que invisto:

FIIs: o mercado segue penalizando esta classe de ativos que oferece algumas oportunidades, como o KNRI11 que soma queda de mais de 20% nas suas bases recentes. Devo comprar um pouco em breve.

Ações: apesar do sobe e desce da bolsa, tenho sido bastante cauteloso, comprando apenas ações da UGPA3 a R$ 40,33, que foi drasticamente penalizada pelo mercado. Esta é uma empresa que entrega resultados consistentes há muito tempo, porém que estava com múltiplos um pouco caro. Nos valores atuais, me parece uma grande oportunidade. Sigo de olho em HYPE3 e GUAR3, a primeira por estar focada no setor farmacêutico tendo apresentado resultados sempre consistentes e a segunda por estar ligada ao varejo que certamente foi um dos mais atingidos pela crise. Por fim, ainda acho que as ações de alta liquidez e estatais devem voar após as eleições, portanto talvez ainda compre algo de BBAS3, além de UNIP6 que teve quedas recentes e abaixo de R$ 40 me chama a atenção.

Fundos de Ações: sem grandes novidades por aqui, é esperar o fim das eleições para ver o que teremos a frente, mas em suma segue os fluxos da bolsa. Não pretendo fazer novas compras nos próximos meses.

Fundos Multimercados: repito exatamente o comentários do ultimo mês, pois não houve alteração. Seguem parados desde o última grande queda da bolsa. Espero que aproveitem o próximo rally de alta, afinal os fundos tem grande volume e podem ajudar nesta arrancada.

Tesouro Direto: os juros indexados IPCA e prefixados seguem altos, apesar destes últimos terem tido leve queda. Acho que podemos ter surpresas por aqui e ver os juros ainda mais altos, todavia, com as taxas atuais, acho uma boa aplicação visando 2019. Quase todas as minhas compras neste mês foram em TD Selic à espera de um possível estresse no segundo turno das eleições.

CDBs e Debêntures: ainda temos opções muito boas nos prefixados. Segue sendo uma ótima opção para quem respeite os limites do FGC.

Interactive Brokers: a aposta em EWZ segue sendo a minha preferida. Apesar de ter aplicações em bolsa americana e ouro, sigo acreditando que a queda do dólar e provável subida da bolsa brasileira, devem fazer o EWZ voar. Acho uma oportunidade imperdível que ganha com uma ou as duas variáveis combinadas. O valor do ativo está atualmente nas bases de 2006.

Não tivemos muitas novidades, apesar da bolsa ter dado uma leve recuperada. Este não foi de longe o movimento que espero, uma vez que acredito em um upside da bolsa de 20% acima de 80.000, até o fim do ano.

De modo geral a carteira perdeu rendimento, porém o patrimônio segue aumentando e com rendimento acima da taxa Selic. No próximo mês devemos ter o terceiro e último capitulo desta mini série das eleições.