1 de julho de 2019

Relatório de JUN/19 - Agora Vai!


Mais um mês que se passa e seguimos à espera da reforma da previdência. De certa forma tenho a sensação de que há dez anos temos grandes expectativas no Brasil, porém elas não se materializam. Logo após a crise do 2008-2009, a isenção de IPI nos automóveis e linha branca, além dos juros baixos da Caixa Econômica já mostravam que a economia no Brasil só andaria com algum tipo de subsidio. Em 2014 manifestações de jovens já demonstravam aquilo que todos sabiam, mas tinham dificuldade de externalizar. 

Algo estava errado. A forma que encontramos foi reclamar do aumento da passagem de ônibus, mas no fim das contas isto acabou culminando no impeachment da Dilma em 2016. Dois longos anos se passaram, com o Temer à frente do pais, sendo que tivemos o Joesley Day (2017) e a Greve dos Caminhoneiros (2018). Estamos há uma década patinando sempre imaginando que logo à frente veremos a solução.

Eu particularmente espero e torço muito para que o momento tenha chegado. Estamos mais perto do que nunca da reforma da previdência e ao que parece em julho a veremos aprovada. Acredito que chegará a tempo de animar o mercado e que pode vir próxima a 1 trilhão de economia em 10 anos. Naturalmente que sozinha não resolverá a crise de confiança e de investimentos, porém ao que tudo indica, teremos um grande pacote de medidas do governo com o intuito de injetar dinheiro para ativar a economia. Para funcionar tudo tem que ocorrer no tempo correto e espero que desta vez vá.

Posto isso, o mercado parece ter se animado e fez a bolsa andar. Saímos de 97.000 em maio para chegar a 101.000 ao final de junho. Uma bela variação positiva e já começam a surgir os mais otimistas que prevem uma grande alta até o final do ano. Eu prefiro acreditar que não passaremos de 120.000, o que já seria um grande feito e certamente destacaria como um ótimo investimento em uma economia com menos de 4% de inflação.

Veja abaixo o que penso dos ativos em que invisto.

FIIs: as cotas deram uma boa avançada com a expectativa de queda de juros. Acho que vale muito a pena se posicionar no momento neste tipo de ativos, pois acredito que com a Selic abaixo de 6%, esta será disparada uma das melhores opções para rendimento mensal.

Ações: em linha com o que postei no último mês, busquei comprar as ações que estavam no meu radar e que caíram muito recentemente, como é o caso da GUAR3 e BRKM5. A primeira segue caindo há alguns meses com a frustração com o mercado brasileiro que insiste em não crescer, já a segunda sofreu um grande golpe com a desistência da sua possível compradora. Mesmo assim, entendo que uma empresa que apresente bons resultados tem sim espaço na minha carteira mesmo com estas dificuldades. Abaixo de R$ 35 em parece uma ótima compra. Não pretendo fazer novas compras por aqui, ficarei esperando a próxima onda de pessimismo, pois estou no meu limite pessoal de alocação em ações.

Fundos de Ações: por aqui nenhuma grande surpresa, apesar das ações do fundo estarem com resultado abaixo da valorização da minha carteira. Note que eu não somo os dividendos aos resultados das ações, o que daria um diferença ainda maior. Sigo acreditando no case no longo prazo, mas sempre me questiono se realmente vale a pena. Tenho apenas o fundo Alaska Black.

Fundos Multimercado: tenho apenas dois fundos, sendo o Adam Strategy e o Kapitalo Kappa. É curioso como os resultados colocam o gestores em foco. Há algum tempo não tenho ouvido falar do Marcio Appel do Adam. Quando o fundo estava voando, ele não saia das noticias e agora anda um tanto esquecido, assim como o resultado de seu fundo. Como a visão é de longo prazo, entendo que haja uma injustiça nesta análise, por isso mantenho minha posição nos dois apenas como forma de diversificação.

Tesouro Direto: me parece que com os prefixados por volta de 7% e os indexados IPCA abaixo de 4%, não há muito mais o que fazer. Comecei a vender gradativamente os investimentos nestas duas classe que já possuem mais de 2 anos e cobram 15% de IR sobre o rendimento no momento do saque. Acredito que a possibilidade de cair hoje é menor do que a de subir, por isso não pretendo comprar nada no momento e devo manter as vendas de forma gradativa. Por outro lado o Tesouro Selic, mesmo rendendo pouco, ainda me parece uma boa opção para investimentos com baixo risco. Se você tiver 70% da carteira rendendo 6% (TD Selic) e outros 30% (Ações) rendendo uns 30%, isso ponderado daria uns 13% ao ano. Parece bastante razoável em um país com inflação de 4%, além do que as ações ainda devem gerar algum dividendo, algo como 1% ao final da conta.

CDBs e Debêntures: sem grandes oportunidades, apesar de que existem ainda opções com IPCA + 6%. Apesar da tentação, seguirei alocando capital no TD Selic para chegar aos 50% de capital protegido, porém acho que ainda existem boas opões por aqui, porém há risco de crédito nas debêntures.

Interactive Brokers: a estratégia parece ter deslanchado e acredito seguirá caminhando bem. Minha aposta sempre foi em queda do juros no Brasil, no USA e bolsa subindo nos dois lados com muito risco pelo mundo. Este cenário me faz ganhar em todas as pontas e tenho certeza que vale a pena ter um pouco em dólar e ouro para equilibrar as contas em um cenário adverso e com perdas.

Criptomoedas: acho que vale uma menção aqui do quanto me frustro com estes ativos. Vendi há alguns meses e agora quando vejo valorização recente tento fazer contas de quanto teria ganho se só tivesse mantido na carteira. Certamente não deveria ter me desfeito, porém já foi e o melhor que posso fazer é seguir firma à minha estratégia e não retornar.

Seguimos animados com o Brasil e esperançosos, afinal o sucesso do pais é o nosso sucesso. Apesar da paixão, assim como vem sendo falado há tempos, sigo preocupado com o que pode ocorrer lá fora. As reportagens e videos alardeando a liquidez pelo mundo e o alto endividamento dos governos assusta, pois coloca os países em patamares nunca antes visto. Estamos navegando por novos caminhos e os resultados podem ser imprevisíveis. A minha ideia é manter pelo menos 50% da carteira em ativos seguro que em caso de uma grande crise não seriam afetados. Se por uma lado perco rendimento, por outro durmo menos preocupado e espero aproveitar as oportunidades na próxima grade queda.

Por fim, 3 anos de Blog chegando a R$ 833k. Nunca achei que conseguiria, na minha realidade chegar a R$ 1 milhão em menos de 3 anos, porém acho que cheguei bem perto, o que me deixa muito feliz. No começo do próximo ano alcançaremos o objetivo. É impressionante como é uma bola de neve e a cada mês cresce mais rápido.

Veja abaixo um resumo dos meus investimentos:

Um comentário: