Relatório de NOV/18 - Pós Eleições

As eleições não são um fim, mas sim um meio. Elas apenas renovam nossas esperanças e mostram que pode existir um novo caminho, uma nova forma de se fazer melhor o que já está sendo feito. Esta renovação das esperanças que vemos nos olhos dos jovens, aquele brilho que prova que sempre há esperança em começar de novo.

A democracia nos mostra que independente de quem ganhe, o dia seguinte é de trabalho para preparar tudo para o novo governo. Iniciamos uma nova etapa e penso que é do interesse de todos que dê certo. Independente da opinião pessoal, agora temos que remar todos juntos na mesma direção. Mesmo que este venha a ser um período de avanços, devemos manter em mente que a alternância faz parte do jogo e é desejável, portanto torço pelo sucesso dos vencedores e dos  perdedores, pois somente com os dois lados é que teremos gente trabalhando e fiscalizando este trabalho. A oposição consciente é positiva e necessária para o nosso sucesso.

Dito isso, as escolhas da equipe que comandará o nosso país e empresas públicas parece ter sido acertada até aqui. Espero que algumas destas apostas não nos decepcionem, pois para mim Moro e Zema são casos que me parecem sensacionais, portanto precisam nos orgulhar e provar que o Brasil pode dar certo.

Vamos aos investimentos, segue abaixo o resumo dos ativos em que invisto:

FIIs: o mercado segue com sua lenta valorização, porém consistente a medida que acredita na retomada da economia e provável escassez no futuro, o que poderá aumentar o valor do imóveis e aluguéis. Não pretendo fazer novas compras na momento, mas confesso que estou satisfeito com os resultados.

Ações: decidi concentrar minhas apostas em 2019 em dois ativos que são CMIG4 e VVAR11. O primeiro caso, em razão das mudanças de gestão que o Partido Novo pode fazer no estado de MG e na estatal de energia para uma venda futura. No segundo, imagino que a retomada da economia deve aquecer o varejo brasileiro e a Via Varejo com as lojas das Casas Bahia e Ponto Frio deve voltar a apresentar bons resultados. Além deste ponto, a operação on-line tem grande valor e pode ser o grande atrativo, pois toda a operação está à venda. Na outra ponta, vendi as ações SCAR3 e PTBL3, pois entendo que a construção civil ainda vai demorar um pouco e minhas fichas neste segmento ficarão na EZTC3 e nos FIIs. Além destas, aproveitei para realizar um pouco de RAIL3 que já sobe mais de 150% na minha carteira e vender um pouco de VULC3. Outras ações que tem chamado minha atenção, pela sua qualidade são EGIE3 e GRND3. Não acho que este seja o melhor momento para comprá-las mas gostaria de ter as empresas em meu portfólio, em razão dos nível de resultados e governança, além do preço estar em um bom nível.

Fundos de Ações: como só tenho o fundo Alaska Black, é interessante entender o que ele tem em seu portfólio, que em geral não bate com minha carteira de ações. Alguns casos de peso, como MGLU3 e SUZB3 fazem parte dos investimentos do fundo e acredito que complementam a minha, além da gestão do Bredda e Luis Alves.

Fundos Multimercado: aqui seguimos com resultados que devem perseguir algo como 140% do CDI, o que equivale hoje a 10%/ano. Entendo que manterei os Fundos Adam Strategy e Kapitalo Kappa, porém me desfarei dos demais. Com as ações subindo, me parece que os multimercados irão perder este momento.

Tesouro Direto: sigo vendendo os fundos prefixados, pois penso que tudo o que comprei entre 12 e 16%, está com um belo lucro para vender a uma taxa abaixo de 9,5% de rendimento ao ano. Neste momento prefiro muito mais o indexados IPCA e devo seguir vendendo os prefixados que já tiverem completado 2 anos, para me beneficiar da faixa de 15% de IR. Devo liquidar grande parte do que tenho do prefixado 2023, mantendo algo do 2025, sendo que realocarei este valor em IPCA 2045. Quanto ao Tesouro Selic, sigo aumento as reservas a fim de ter caixa em caso de oportunidades à frente.

CDBs e Debêntures: os juros por aqui reduziram bastante e as oportunidades vistas no pré-eleição desapareceram. Acredito que os prefixados na faixa de 10% e os indexados IPCA abaixo de 6% deixam ser atrativos neste momento. Seguirei acompanhando, mas sem grandes expectativas, apesar de preferir os indexados IPCA.

Iteractive Brokers: as apostas em EWZ têm sido bastante acertadas, porém a guerra comercial entre China e USA tem pesado nas ações dos mercados emergentes e americano. Seguirei com a estratégia atual, podendo aumentar a exposição em EWZ, mas ainda estou avaliando. Novos aportes em USD, somente se o câmbio for abaixo de R$ 3,30.

Criptomoedas: desisti de entender e acompanhar o mercado. Se por um lado existe um grande potencial de multiplicação e alocar 1% nisso representa um baixo risco, acredito que há tantas oportunidades no mercado de ações que prefiro migrar este capital para a bolsa brasileira.

Seguimos com muitas expectativas em relação ao novo governo brasileiro, mas até o inicio de 2019 devemos apenas viver o anúncio de nomes que comporão o governo, pois o jogo só começará em 2019 com a pressão para a aprovação das tão necessárias reformas da previdência, política e fiscal.

No mercado externo, a torcida por um acordo definitivo entre China e USA parece ser algo que já esteve mais longe. Acredito que a suspensão das tarifas anunciadas por 90 dias deve ser um bom sinal de que há um acordo definitivo à caminho. Quanto aos juros americanos, só podemos contar que eles seguirão subindo, o que leva o capital de volta para o títulos soberanos dos USA. De qualquer forma, em algum momento o mundo vai redescobrir o Brasil e a bolsa deve sentir o aporte dos gringos que seguem com aplicações abaixo do visto em um passado recente.

Este mês foi fantástico para a carteira com bons aportes pessoais somados à um grande avanço de quase todos os ativos. Quem sabe a bolsa não nos brinda com 100.000 pontos ainda em 2018.