A bolsa retomou os 97 mil pontos e voltou a animar os investidores. Boa parte das perdas foi mitigada e mais uma vez o mercado financeiro parece antecipar os movimentos da vida real. Se por um lados os problemas da pandemia permanecem e as economias seguem sofrendo com seus impactos, por outro lado, podemos perceber que a grande liquidez injetada pelos bancos centrais, tem feito os ativos subirem. O mundo vive um momento em que aposta firmemente que 2021 será de retomada e algo dela será percebida em 2020.
Apesar de tentar ser otimista, não me parece que este caminho da retomada será tão fácil. Mesmo com juros baixos e a impressão de dinheiro, cada vez mais veremos o endividamento subindo, de empresas e países. Além deste ponto, ainda não vimos empresas quebrarem e isto pode acontecer mais à frente, portanto não deve ser descartado.
Assim como no mês anterior, manterei minha opção de reduzir a exposição em renda variável e focarei em manter 60% em renda fixa e até 40% em renda variável.
Abaixo um resumo dos meus investimentos:
Renda Variável:
FIIs: fiz pequenas compras de ativos ligados a galpões, aproveitando a subscrição de itens que já possuo. Entendo que a grande janela de oportunidade recente passou, com grande das perdas já recuperadas. Os fundos imobiliários cada vez mais se tornam boas opções para quem busca uma renda mensal, em razão da Selic cada vez mais baixa.
Ações: com as altas recentes decidi me desfazer de algumas ações ligadas a varejo e turismo, decidi focar nas ações de bancos (que estão descontadas) e elétricas (menos voláteis e com bons dividendos). Além de fazer um pequeno ajuste, busquei reduzir a exposição por aqui para me enquadrar em 40% de renda variável.
Ações USD: busquei vender minha posição em IVV em razão da grande valorização dos últimos meses. Manterei um pouco da minha aplicação em USD em caixa esperando oportunidades. De modo geral fico na expectativa da subida do EWZ (com a queda do dólar e subida do Ibovespa). Por fim, acho que os grandes ganhadores realmente são as empresas de tecnologia, em especial Google.
Fundos de Ações: após algum tempo decidi pedir o resgate para admitir as perdas. Compreendo que este não é o melhor momento, mas esta queda recente me fez ver algumas coisas óbvias. 1 - Os fundos sobem muito nos momentos bons, mas caem mais do que o mercado nos momentos de pânico, em razão dos saques. 2 - Para ter fundos, há a necessidade de pulverizar em ao menos 5-10 diferentes (sim, eu só tinha um e aprendi da pior maneira). 3 - Realmente este é um jogo em que você precisa completar ciclos longos, ou seja, para recuperar, tem que esperar. Enfim, eu prefiro ter a liquidez, escolher boas ações, receber os dividendos e não pagar a taxa de administração.
Previdência Privada (70% Ações): assim como comentado no item acima, prefiro ter ações a fundos, mas como se trata de uma previdência privada, isto não é uma opção. Como já tenho uma grande parcela em fundos por aqui, me darei por satisfeito em manter a posição sabendo que no longo prazo valerá a pena.
Renda Fixa:
TD IPCA: segue sendo uma boa opção com juros reais acima de 4%. Me parece que são uma ótima oportunidade, principalmente para quem busca uma renda periódica e protegida da inflação. Não pretendo aplicar mais, pois prefiro ter liquidez neste momento, mesmo que perca possíveis subidas.
TD Selic: o grande porto seguro da carteira. Apesar de não estar pagando nem para compensar a inflação, ainda assim manterei boas reservas em caixa.
Debêntures: comprei algo da Rumo com vencimento longo (2030) com IPCA + 4,6%a.a. Apesar de tudo, acho que no momento atual, vale a pena ter algo de boas empresas.
CDBs: igual ao item acima, acho que vale a pena ter algo indexado a IPCA acima de 4% (descontado o IR).
Seguros:
Ouro em USD: aumentei minha exposição por aqui no último mês e manterei desta forma, apesar de ter perdido um pouco com a queda do câmbio.
Caixa: igual ao caso acima, aumentei minhas reservas líquidas para o caso de novas quedas.
Apesar de tudo que passou, voltei a estar acima de R$ 1 milhão. Se anteriormente a previsão fechamento do ano era de R$ 1,25MM, agora percebo que este número deve estar muito mais próximo a R$ 1,15MM.
Acho que a bolsa ainda tem espaço para subir até o fim do ano, mas serei bastante cauteloso, já ciente de que isto possa limitar meus ganhos em uma nova subida.