Nada melhor do que meditar nestes momentos de indefinição. Se por um lado ainda podemos ver novas quedas nos mercados financeiros, por outro o mercado parece ter precificado que o pior passou. Independente do cenário que vejamos à frente, este me parece um momento de ficar parado aguardando e aproveitar algumas poucas pechinchas.
Não posso negar é bom ver os ativos subirem, mas por outro lado, fica aquela sensação de que estamos perdendo uma grande oportunidade de compras. Enfim, nunca estamos satisfeitos.
O que fica claro nesta crise é que a queda foi muito rápida e a recuperação também pode ser. Afinal se trata de uma pandemia que pode desaparecer na velocidade que surgiu.
Abaixo um resumo dos meus investimentos:
FIIs: seguem subindo e recuperando gradativamente as perdas recentes. Acho que valem a pena no longo prazo, porém neste momento ainda vejo as ações como muito mais atrativas, pela sua natureza mais volátil.
Ações: as compras que fiz de BOVV11 ficaram na faixa de 86.000 pontos do Bovespa. Errei o timing das quedas e acabei realizando parte as compras que estavam no positivo. Ainda vejo riscos e perceber a minha carteira com 50% de ações neste momento me deixou preocupado. Confesso que o emocional falou mais forte e preferi reequilibrar a carteira. Muitas ações já se recuperaram, portanto vou ficar apenas esperando os próximos passos, sem grandes movimentos.
Fundos de Ações: aqui talvez o maior aprendizado nesta queda. Fundos de ações que sobem mais do que o índice estão alavancados e realizam sua posição em momentos de grandes saques. Da mesma forma somem das entrevistas e da mídia. Em resumo, melhor aplicar em ETFs do índice ou comprar ações de primeira linha.
Previdência Privada: segue sendo uma ótima opção para aplicações até 12% da renda já tributada para quem é empregado. Dei uma boa recuperada desde a queda, porém ainda sigo com um belo prejuízo.
TD IPCA e Prefixado: reduzi um pouco o volume de IPCA e zerei a pequena posição que tinha de prefixado.
TD Selic: aumentei minha posição por aqui de forma significativa. Se a bolsa voltar a cair posso fazer novas compras. Vou esperar para ver.
Debêntures/CDBs: sem novidades por aqui. De qualquer forma, tem servido como valores seguro e que não caíram neste momento. Esta é a grande vantagem da renda fixa. Rende pouco, mas não em geral não cai, apesar do calote da RDVT11.
Interactive Brokers: mais uma vez só alegrias por aqui. Apesar da queda das bolsas o valor caiu menos, e, além de tudo, já retomou o valor anterior à crise e com grande lucro. Este era o comportamento que esperava desta aplicação, sendo que tem funcionado perfeitamente.
Sigo bastante cauteloso e conservador, pensando que no futuro minha carteira será muito mais simples e com menos ativos. Acho que buscarei menos riscos e ações de primeira linha.
Vamos em frente, esperando que 2020 ainda possa fechar em uma boa condição. Afinal tudo o que estamos vivendo vai passar. Acho que a grande dúvida fica por conta das dívidas que o governo está contraindo e a possível crise política que podemos viver em breve. Espero que não aconteça, mas não pode ser descartada.
Enfim, vivemos uma crise financeira, política e uma pandemia. Tudo isso junto, faz com o R$ seja a moeda mais desvalorizada do momento. Como foi a que mais caiu, deve ser uma das que mais subirá no movimento contrário.